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OverviewAurora no Cadafalso nasceu do impulso de registrar, com a clareza possível, como uma sociedade escorrega para o totalitarismo. Acreditei por muito tempo no liberalismo clássico, e talvez por isso tenha sentido com nitidez o momento em que palavras como igualdade, direitos humanos e proteção aos vulneráveis começaram a fluir todas para um único lado, comprimindo o espaço em torno das pessoas. Enquanto muitos dormiam, a liberdade recuava. O que um dia fora promessa - proibir a discriminação, conter discursos de ódio, garantir segurança, amparar os frágeis - passou a fechar bocas, impedir perguntas e cortar, em silêncio, o fio do pensamento. Sempre desconfiei de que todo país segue um mesmo desenho quando perde a liberdade. De madrugada, a lei abre espaços vazios, a responsabilidade escorre de mão em mão, e os políticos pressionam por dentro enquanto sorriem por fora. Pessoas viravam marcações num gráfico. Emoção, juízo, a própria curva da vida - tudo convertido em número. O peso humano diminuía. O lugar onde vivo não foi exceção. O capítulo sobre o ""jovem de QI 276"" mostrava o que ocorre quando até quem percebe antes dos outros é empurrado para fora. O texto sobre ""o Estado que vigia por dentro"" revelava como a administração passa a se posicionar não ao lado dos cidadãos, mas diante de um poder externo. E ""os que nem na morte alcançam igualdade"" expunha a forma como certas vidas viram moral enquanto outras viram estatística. Pequenas cenas do cotidiano - ""três mosquitos numa noite de outono"", ""o lixo limpo"", ""um símbolo de liberdade que partiu para algum lugar"" - eram indícios da estrutura que nos molda. Quando estatísticas cobrem a verdade, as pessoas dizem ""sempre foi assim"" e se tornam inertes. O totalitarismo chegava desse modo. Não fiquei à direita por convicção partidária. Fiquei porque, ao tentar defender a liberdade, percebi que era ali que eu estava. Hoje, a divisão real já não se dá entre esquerda e direita, mas entre a liberdade individual e o controle exercido por grupos ou pelo Estado. Vi política, mídia e movimentos civis transformarem linguagem moral em ferramenta de poder; vi grupos que tratavam a boa intenção como negócio, até esvaziarem a empatia ao redor. Em certo momento me vi quase um imoralista, e ainda assim precisei vigiar a própria dureza. No instante em que a raiva é colocada sob dúvida, a convicção se firma. A experiência de tantos países mostrava por que liberdade de expressão, religiosa, de propriedade e de pensamento precisa incluir o direito de suportar o que incomoda; e como leis contra ""discriminação"" ou ""ódio"" podem se tornar mecanismos que corroem o princípio de não interferência. Eu não queria intervir na vida de ninguém. Mas entraram no espaço que era meu. Reconhecer a existência de alguém é uma coisa; impor valores é outra. Se há liberdade para acreditar na igualdade, precisa haver liberdade para duvidar dela. Não sou virtuoso. Apenas não suporto o peso que esmaga o pensamento. Houve dias em que senti, com desconforto, que modos de fala que eu rejeitava começavam a infiltrar-se em mim. Parei de escrever. Lutar contra o mundo é sempre lutar contra si. A madrugada não anunciava o início do dia. Era o momento em que pretextos morais cobriam o chão, quando a lâmina entrava sem ser vista, quando o totalitarismo avançava na quietude. E a pergunta que sobra é simples e dura: ""Quando a liberdade de pensar desaparece, o que ainda resta do humano?"" Full Product DetailsAuthor: Yeong Hwan ChoiPublisher: Yeong Hwan Choi Imprint: Yeong Hwan Choi Dimensions: Width: 15.20cm , Height: 1.10cm , Length: 22.90cm Weight: 0.268kg ISBN: 9798232318512Pages: 194 Publication Date: 01 December 2025 Audience: General/trade , General Format: Paperback Publisher's Status: Active Availability: Available To Order We have confirmation that this item is in stock with the supplier. It will be ordered in for you and dispatched immediately. Language: Portuguese Table of ContentsReviewsAuthor InformationTab Content 6Author Website:Countries AvailableAll regions |
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