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OverviewO problema é que, quando você grita sem som por muito tempo, começa a acreditar que ninguém nunca vai ouvir. E esse desespero silencioso vai ganhando forma, vai se tornando um monstro feito de medo, de solidão, de cansaço. Eu me lembro de uma noite em especial. Chovia muito. A cidade parecia encolhida sob as águas, e eu estava no quarto, deitado no escuro, ouvindo as gotas baterem contra a janela. Lá fora, o mundo parecia mais suportável do que dentro da minha cabeça. Peguei o celular, abri a lista de contatos. Rolei nomes, rostos, conversas antigas. Em cada nome, uma desculpa para não chamar. Esse não vai entender. Essa pessoa está ocupada. Aquele outro já tem seus próprios problemas. E fui passando, passando, até fechar tudo. Nem coragem de mandar um ""oi"" eu tive. Porque minha mente me convenceu de que seria inútil. De que eu era peso. De que ninguém poderia me ajudar. Foi nessa noite que entendi a dimensão do grito mudo. Porque não é só a ausência de palavras. É o bloqueio de tudo que poderia te salvar. É a voz interior cruel que diz: não adianta. É o pavor de ser um incômodo, de ser o problema, de ser o fardo. E então você se cala. E o silêncio vira rotina. No outro dia, as pessoas riem ao seu redor. Contam histórias. Planejam viagens. E você está ali, presente, mas distante. Sorrindo no automático. Respondendo o essencial. E, por dentro, querendo desesperadamente que alguém enxergue o caos atrás do seu olhar. Mas quase nunca enxergam. Porque a dor mental não deixa hematoma. Não sangra. Não dá febre. Não aparece em exames. É invisível. E invisível é tudo o que ela precisa para continuar te matando aos poucos. Já me peguei desejando um machucado visível. Algo que alguém pudesse apontar e dizer: ""Ei, isso precisa de cuidado."" Mas quando a ferida é dentro, quando é no pensamento, no emocional, as pessoas acham que é frescura, drama, falta de fé ou de ocupação. Me pergunto quantas outras pessoas existem como eu, gritando silenciosamente por ajuda, esperando que alguém enxergue além das máscaras. E se você está lendo isso e se reconhece, eu te digo: Eu te vejo. Aqui, Telbin decide tirar a máscara e expor o lado que quase ninguém conhece. Os pensamentos sombrios, os dias de paralisia, as crises silenciosas, as lágrimas no escuro, o medo constante de não ser suficiente. Ele narra o que sente, o que vive, o que tenta entender. E, mais do que isso, ele descreve o que significa ser bipolar em um mundo que exige equilíbrio, produtividade e felicidade plena 24 horas por dia. Cada capítulo é uma crônica de desabafo. Um relato visceral que mistura melancolia e lucidez, dor e beleza, fraqueza e força. Um mergulho profundo em uma mente que, muitas vezes, funciona como uma bomba-relógio prestes a explodir - ou então, como um quarto vazio e frio onde ninguém se atreve a entrar. A proposta não é romantizar a doença. Nem transformar o sofrimento em poesia. Mas sim mostrar que, por trás de cada pessoa que carrega um diagnóstico como esse, existe uma história. Um coração batendo acelerado de medo e de vontade de viver. Uma alma em pedaços tentando se reconstruir todo santo dia. Um humano. ""Bipolar: Quando o Mundo Desaba"" é também um convite à empatia. Porque, embora a dor não seja visível, ela é real. E embora o sorriso possa enganar, a batalha interna continua. Ao longo destas páginas, o autor compartilha os ciclos que vive: os picos de energia e grandiosidade, seguidos pelos abismos de tristeza e apatia. As promessas feitas a si mesmo e os fracassos acumulados. As crises existenciais e os momentos em que, mesmo sem razão, consegue rir, amar, sonhar. Full Product DetailsAuthor: Telbin AlvesPublisher: Independently Published Imprint: Independently Published Dimensions: Width: 15.20cm , Height: 0.50cm , Length: 22.90cm Weight: 0.136kg ISBN: 9798286893072Pages: 92 Publication Date: 05 June 2025 Audience: General/trade , General Format: Paperback Publisher's Status: Active Availability: Available To Order We have confirmation that this item is in stock with the supplier. It will be ordered in for you and dispatched immediately. Language: Portuguese Table of ContentsReviewsAuthor InformationTab Content 6Author Website:Countries AvailableAll regions |
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